terça-feira, 31 de julho de 2007

Degustação do semi-árido


Nada melhor que uma viagem com roteiro não-programado... nos guardam surpresas. Bem, se as surpresas forem realmente boas! Tudo bem que você deve conhecer, via internet ou revistas, os locais mais interessantes ou inusitados do lugar, se você não for do tipo turista-com-máquina-no-pescoço clicando somente em frente a cartões-postais.
É não estar esperando tudo de uma viagem, mas aflorando a ansiedade de se deparar com as surpresinhas!!Talvez disso seja possível extrair a essência do lugar. Foi mais ou menos assim que visitei o Cariri, acompanhada do ilustre cheff Marcelo, conterrâneo das terras do Divino!


O vale dos Kariris-Sabujas, rodeado pela Chapada do Araripe, é um lugar repleto e transbordante de cultura popular sertaneja, com cidades que se interligam por pequenas rodovias e pelo vínculo com a fé. Esta que é a maior cultura do sertão nordestino, é caracterizada peculiarmente na região do querido "padim" Padre Cícero - pade Ciço é melhor de falar! - pela história de fé, bravura e união de um povo.

O Crato é um caldeirão de cultura e artes, estando fortemente vinculado a todo o Cariri, porém com desenvolvimento e história próprios. Podia ser daquelas típicas cidades interioranas em que se adentra pelo centro, passando diversas lojas de variedades e placas de propagandas engolindo as ruas, estas as principais vias da cidade. Bom, está além disso! É um lugar repleto daquelas surpresas, ou mesmo de presentes, para aqueles que já conheciam previamente a riqueza da região. Dentre as preciosidades que se conhecem caminhando no chão pedregoso, estão a matriz de Nossa Senhora da Penha, de 1741, fundando a história e fincando as raízes das construções antigas da cidade que irradiam da praça da Sé.


Ao redor da arborizada e querida pracinha - quase o quintal e ponto comercial da população - encontram-se museus recheados das memórias do sertão, galeria de artes e exposição de fósseis; casas com fachadas e jardins delicados; bares e restaurantes - incluindo comidaria - pra todos os gostos e ouvidos, com os infelizes paredões de forró se misturando com os hinos da missa das 17h da Penha. Ainda caminhando, absorvendo imagens e sons - imaginando aí músicas cabaçais e o colorido dos reisados - , comendo pipoca e sentindo os aromas das ruas ... dá uma paradinha no que te prende pra observar. Foi o aroma!! de Café! Entra!!! É, a moda de cafeteria permite que em cada canto do mundo esse tipo de estabelecimento tenha uma cara própria. Pois foi o que vimos. Móveis rústicos decorados com chita, produtos, inusitados, da terra e com um balcão coberto com delícias contemporâneas. Dessa simples e delicada mistura se fez o Maria Café, como escreveu Sabrina no cardápio " (...) a essência da simplicidade, pois encontrarmos o simples é vivenciar o verdadeiro sabor da vida". Lá, no Crato, se encontram o aconchego e a beleza que encantam os visitantes e os novos moradores, como os paulistas Sabrina e Neto, cratense de nascimento (do Café).

segunda-feira, 30 de julho de 2007

O Senhor tem 30 centavos?



Andar de ônibus pela capital cearense se tornou uma ótima oportunidade, não apenas para conhecer um pouco da dinâmica da quarta maior cidade do país, mas para poder desfrutar (ou “gozar”, como diria a nossa estimada Marta Suplicy) de alegres momentos diante dos vendedores de balinhas de gengibre que, aqui vale mencionar, já possui propriedades afrodisíacas, além das outras já conhecidas...


Mas, ao meio disso tudo, nada supera a mais tradicional de todas as frases proferidas nos coletivos da vida, seria algo como um “seja bem-vindo(a)”, mais longe disso, a frase de receptividade é “o senhor tem 30 centavos?”.


Tudo bem, o cobrador é uma boa pessoa, está apenas querendo fazer seu trabalho em paz, com direito a atender os passageiros muito bem (bem apertadamente acomodados, ou essa culpa é do motorista?), mas, vai lá, por que não um “Bom dia” antes de dizer “o senhor tem 30 centavos?”.


Eu, particularmente, tenho horror a essa tradicional frase. Chego a ficar irritado comigo mesmo quando penso que na minha carteira não tem os 80 centavos bem trocadinhos para entregar ao cobrador junto com a carteirinha.


Seria possível fazer até mesmo uma campanha, do tipo, “no dia do aniversário do cobrador dê a ele, como presente, várias moedinhas de 10 centavos, ele vai adorar!”.


Já para o Banco Central, a mesma moedinha que tem o valor de 10 centavos para o cobrador, tem o valor de R$140.056.644,80 que equivale a 1.400.566.448 moedinhas de 10 centavos velhas que circulam no mercado. Já as moedinhas novas, aquelas um pouco douradinhas, mas que na verdade são de níquel revestidas de bronze, e que possui a face de uns dos governantes que mais envergonharam o Brasil, circulam com o montante de 1.754.760.404*.


No entanto, não seja besta, mais importante do quer trocar suas três moedinhas de 10 centavos por uma de cinqüenta nessa pequena relação capitalista com um cobrador de ônibus, satisfazendo as necessidades do mesmo, é colecionar em seu porquinho 200 ou 300 moedinhas de 10 centavos, pois um dos hipermercados com duas sedes aqui em Fortaleza, e uma outra para ser inaugurada em frete ao estádio de treino do Leão, está trocando, respectivamente, algumas caixinhas de chocolate BIS ou caixa de chocolate pela moedinhas de 10 centavos tão preciosas.

Mas fica claro, você não vai trocar 200 moedinhas por BIS, nem tão pouco as 300 por uma caixa de chocolate. Você receberá a quantia de 20 e 30 reais e, de quebra, sai do supermercado comendo chocolate.

*dados disponíveis no sítio http://www5.bcb.gov.br/adm/mecir/principal.asp?id=dincirc na data de 25/07/2007.

Nesse angu tem carroço!!!

---- Boa tarde!

--- Desde o primeiro semestre da faculdade que a turma insite em repetir um mesmo falso bordão: que a imprensa é imparcial, que as notícias são neutras e os jornalitas são reprodutores da Verdade.

--- Como proposta do blog, tento sempro manter minhas "anteninhas" ligadas, sempre manter um olhar crítico e reflexivo ...

--- Tenho uma sugestão de blog que muito nos interessa:

Em Off

Página dedicada aos profissionais de imprensa.
IMPRENSA CEARENSE

Atualizado todas as semanas na segunda-feira

Obs: Para quem não sabe, muitos aqui do blog estudam juntos, nós (Ivna, Camila, Monik, Richell e Marcelo) cursamos Jornalismo na Unifor


O endereço é: http://www.geocities.com/emoffbr/imprensace.htm


Dêem uma olhada lá ...

--- Abraços mil!

sábado, 28 de julho de 2007

Licor Azul - Fotografia Experimental

Foto: Wilton Matos
Mirar a câmera e apertar um botão. Será que fotografia é só isso? É nada! É tanta coisa. Luz, composição do assunto, máquina fotográfica, revelação, ampliação, tempo de exposição, abertura do obturador. Se não entendeu nada é porque precisa conhecer o mundo da fotografia. Pouco a pouco vai-se descobrindo as possibilidades de se fazer uma fotografia. Experimentar fotografia é desenhar com a mesma luz várias maneiras diferentes.


Você já foi a um fotopasseio? Não?! Pois devia. É um encontro de fotógrafos profissionais ou não onde se aprende e se apaixona pela arte da fotografia. Num desses passeios conheci e entrei no Gota de Luz, grupo de fotografia experimental. Acredita que dá pra fazer fotos numa caixa de fósforo? E numa lata de leite? Pra radicalizar. E num tijolo? Em qualquer objeto que se tenha uma câmara escura abre a possibilidade de se registrar uma imagem com ele.
Veja as fotos registradas com a fosfoto (máquina artesanal feita de caixa de fósforo)

Foto: Maíra Gutierres


Fotografia é escrever com luz. E pintar? Já imaginou pintar uma casa com uma lanterna? Dá até pra colorir. Essa pintura chama-se light painting. Num lugar escuro usa-se um grande tempo de exposição. Com uma lanterna pintamos o que irá ser registrado no filme. Pode-se usar alguns filtros para colorir.


Foto: Renan Cepeda
http://www.renancepeda.com/

Eu já estou experimentando.

Foto: Wilton Matos
http://www.flickr.com/photos/wiltonmatos/

Sugiro esse licor azul para o freguês atento a arte das imagens. Experimente fazer uma foto diferente. Descostrua e refaça a foto que você estava pensando em fazer.

sexta-feira, 27 de julho de 2007

Ata

Nas terras do amor
se ata um nó
se ata o doce
o azedo, o podre
e segue-se seca

nas terras do amor
quando se corta o olho
quando o fruto é pouco
e a queimada é maior
é um andar com fome
quando toda semente some
pro revés do chão
quando a vida se evapora
e o céu apenas chora
por perdão

bonita árvore frondosa
planta que virou cama
e virou porta

e que nesse momento
virou o instrumento
que toca
esta moda
tão calada

que como tudo nessa hora
se evapora
feito o doce da ata
à procura do conde
que mora aonde
nada dura
e tudo se demora


Alan Mendonça

quinta-feira, 26 de julho de 2007

Música de mestre por muito pouco!



Quinta-feira! Dia de prato fino, música boa e casa lotada!

A imagem acima, mesmo que improvisada, já traz o meu assunto de hoje. Quinta-feira em Fortaleza, em suma, é sinônimo de caranguejada... Mas, hoje, 26/07, tenho um outro prato pra você degustar!

Paula Morelenbaum vem a Fortaleza hoje, com o show BERIMBAUM, revisitando a obra musical do poetinha Vinicius de Moraes, misturando Bossa Nova e música eletrônica. No repertório, parcerias do "Vininha" com outros grandes Cheffs da culiária musical brasileira: Tom Jobim, Carlos Lyra, Baden Powell... em "Berimbau", "Tomara", "Você e Eu", "Canto de Ossanha", "Primavera" e outras composições.

Neste show, Paula vem acompanhada de seu marido, Jaques Morelenbaum [violocelista e arranjador]. Os dois fizeram parte da "Nova Banda" de Tom Jobim de 1984 a 1994, quando morreu o maestro.

E o melhor: o ingresso para o show é apenas UMA LATA DE LEITE!

Para saber mais sobre o show e Paula, acesse o INTERLIVRE! Abaixo, um vídeo com pequenos clipes das músicas do álbum "Berimbaum". Volte sempre!




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Serviço:
BERIMBAUM - Paula Morelenbaum
Local: Anfiteatro do Centro Cultural Dração do Mar - Praia de Iracema
Horário: 20h
Ingresso: 01 lata de leite em pó

terça-feira, 24 de julho de 2007

Pedido para mesa 2

Caros clientes, peço desde já minhas sinceras desculpas por conta da ausência desse Cheff que vos fala.

Fui convidado a refinar minhas práticas culinárias em território rico pelas suas manifestações culturais, artísticas, históricas etc etc etc...

Meu interesse era claro: poder aprender algumas receitas utilizando o saboroso fruto das florestas caririenses denominado piqui.

No entanto, minhas expectativas foram por água abaixo, ou melhor, o fogo alto queimou minhas expectativas, por conta do simples fato de que nessa época o piquizeiro não dá piqui.

Para aqueles que apreciam um bom PratodoDia a la cearensidade, sinto muito em ter que vos dizer que o Baião de Dois com aquele queijinho não será temperado com piqui!

Mas já que não foi possível trazer o piqui, gostaria de sugerir um pouco da culinária servida durante um dos maiores eventos cearenses ocorrido no Crato, Ceará, até o último domingo.

Foram oito dias de muita festa e poucas atrações.

O melhor de tudo reservou-se aos horários de 18 às 23 horas, no palco próximo ao engenho de farinha, o qual mantinha logo no algo um cartaz com a seguinte identificação 7º Encontro de Cultura Popular Elói Teles.

Lá era possível conferir a mais autêntica produção musical da região, abrangendo desde o rock nacional-caririense até um brega autêntico!

No palco em frente ao stand da Urca, enquanto esperava ansioso algum Irmão Anicete aparecer, escutava Balão Mágico!

Ah, um momento da sua atenção, por favor: “Para você amigo agropecuário: visite o stand da Improcil! Lá você encontra os melhores produtos agropecuários (por que não, culturais também?!) do sul do país” falava um locutor do sistema de rádio do Parque de Exposição.

Já não agüentando foi possível escutar, com aquela delicadeza, alguns cambistas gritarem “dez reais, dez reais” o ingresso para o show do Filipão e Forró Moral.


Bom, já chega!

Por favor, fiquem à vontade para escolher:



Cachorro-quente com suco 75 centavos



Muncuzá é 1 real


Almoço é 3 “real”



Sorvete, 50 centavos



Acarajé da baiana do Crato é 3 “real” também



Cachaça pra puder isso tudo descer é 50 centavos

Volte Sempre!

segunda-feira, 23 de julho de 2007

V Festival de Teatro de Fortaleza - Em cada canto, um tanto assim de coisa boa pra ver ...

Começou nessa sexta-feira, dia 20 de junho, a quinta edição do já tradicional Festival de Teatro de Fortaleza. Com quatro meses de atraso, o Festival teve seu inicio com a exibição do espetáculo teatral “De braços cruzados”. O encontro teatral, que prossegue até o dia 04 de agosto, tem um diferencial: a acessibilidade. Com a entrada gratuita e com apresentações descentralizadas, o Festifor promete envolver à todos na magia do teatro. E a folia só está começando.

Para os amantes das cênicas, não irão faltar opções para se apreciar. Teatro de bonecos, palhaçada, folia de reis, teatro de rua, todos os gostos serão contemplados. Muitas peças não são inéditas, mas sempre vale a pena rever um bom espetáculo. O bacana dos Festivais não é só assistir às peças, é também rever os amigos, jogar conversa fora, fazer parcerias, debater e principalmente festejar a vida, às artes.

Recomendo o espetáculo “Camille Claudel” representado pela querida atriz Ceronha Pontes. È uma peça imperdível, quem tiver a fim de me encontrar lá é só chegar lá no Teatro José de Alencar quinta dia 27 a partir das 19h. É uma peça sobre a alma feminina de Camille Claudel, artista plástica amante de Auguste Rodam. Só uma dica de quem já pegou muita fila pra entrar de graça nos espetáculos: cheguem cedo. O bom é que agente ainda toma uma cervejinha e bota as conversas em dia. Aí vai meu convite.

Outros espetáculos imperdíveis. A peça “Uma flor de dama” que será exibida no dia 29 às 19h no TJA. Pra quem gosta de palhaçada, assim como eu, não deixem de dar uma espiada na peça “Os bufões”. Num queria contar muito sobre os espetáculos não, tem coisas que não devem ser simplificadas.

Sem mais delongas, faço esse convite.
Confira a programação do Festival no site http://www.ftf.com.br/.
Agente se encontra por aí.

Pra quem gosta de misturar ...

Como já dizia Jackson do Pandeiro, “chiclete eu misturo com banana e o meu samba vai ficando assim”. È experimentado o novo, a mistura de música boa com letra melhor ainda, com arte circense, com muita expiração e ousadia que o Grupo “Teatro Mágico” vem encantando muita gente .... Sem querer, descobri que eles têm uma canção que muito nos agrada. Aí vai uma dica de boa música e muito mais. Os vídeos dos espetáculos do “Teatro Mágico” estão disponíveis na internet para que quiser dar um espiada.


O Teatro Mágico - Pratododia
Danilo Souza

"Como arroz e feijão,
é feita de grão em grão
Nossa felicidade
Como arroz e feijão
A perfeita combinação
Soma de duas metades
Como feijão e arroz
que só se encontram depois de abandonar a embalagem
Mas como entender que os dois
Por serem feijão e arroz
Se encontram só de passagem Me jogo da panela
Pra nela eu me perderMe sirvo a vontade... que vontade de te ver
O dia do prato chegou é quando eu encontro vocêNem me lembro o que foi diferente!
Mas assim como veio acabou e quando eu penso em você
Choro café e você chora leite
Choro café e você chora leite"

sábado, 21 de julho de 2007

Vinho Francês

Confesso aos clientes e aos outros cozinheiros que fui contratado sem saber cozinhar. Consegui disfarçar na entrevista que entendia bem do assunto. Claro que alguns copos de vinho serviu para desviar a atenção da entrevistadora. Agora, demissão só com processo administrativo.

Era até para eu saber cozinhar alguma coisinha, pois moro sozinho. Só não passo fome porque ainda sei fritar um ovo e ferver água para um café solúvel. Por isso estarei sempre servindo a bebida que já vem pronta. É só abrir e brindar. A nossa saúde!!

Para começar, um vinho francês. Fotos de Saint Port, Barbizon, Versalles e Paris. Santé!





sexta-feira, 20 de julho de 2007

desalinho e manjericão

pela rua tão antiga
vejo passar um avião
uma menina tão tranqüila
impaciente espera no saguão
enquanto caminho
eu devagarinho
indo pra outra estação
penso tão sozinho
se vou casar quando passar o verão

eu de passarinho
ela de arribação
eu cheirando a vinho
ela a manjericão
eu num miudinho
ela num fox-trote baião
eu num desalinho
ela num avião

Penso tão sozinho
se vou casar quando passar o verão
e meu pai já bem velhinho
diz: “menino,
cê toma tento ou não?
vê se faz uns menino
pra ajudar na plantação”

eu de passarinho
ela num avião
eu num miudinho
ela de arribação
eu cheirando a vinho
ela num fox-trote baião
eu desalinho
ela manjericão

eu de terra devagarinho
ela espera no saguão
eu digo um versinho
ela me beija canção



Alan Mendonça

quinta-feira, 19 de julho de 2007

Prato conflituoso, indeciso e dirigido

"Vida fiada, só amanhã"



Está difícil fugir do assunto da tragédia acontecida em São Paulo, na última terça-feira, 17.
Então, meu primeiro prato aqui está em conflito, quase dirigido a esta pauta quente pela internet.

Mas, nós tivemos nesta mesma semana, em Alcântara (MA), o lançamento do foguete VSB-30 - pela Associação Espacial Brasileira. Foi uma operação muito bem sucedida. E coloca-se aqui, no mesmo texto, as duas situações porque é possível dizer que elas tratam de uma característica bem maior que o simples ocaso de estarem tratando de meios de tecnologia aeroespacial.

Tragédia com o Vôo JJ-3054 da TAM, em Congonhas-SP:

- Há especulações sobre a orientação que o Cmte. Kleyber Lima (nascido em Roraima, criado no Ceará) teria recebido sobre a situação da pista de pouso daquele aeroporto. Dizem por aí que, mesmo em condições difíceis, o piloto teria o compromisso de pousar a aeronave o quanto breve, por haver outro vôo programado para realizar com o mesmo ônibus aéreo, em alguns minutos.

Tomado este ponto, e considerando também a velocidade com que a aeronave tocou a pista de Congonhas, justifica-se em parte a tragédia. Chovia bastante na capital paulista.

Lançamento do Foguete VSB-30 em Alcântara-MA:


- A contagem regressiva para o lançamento foi interrompida por alguns instantes. Porquê?
Os técnicos precisaram averiguar as condições do vento para aquela operação, cruciais para dar garantia de que a trajetória do foguete condissesse com o que foi calculado pela equipe.

TAM-TAM-TAM-TAM!!!

Chegou-se à questão: No caso do Lançamento do foguete, todos trabalharam com a responsabilidade e a precisão que eram necessárias para realizar uma boa tarefa.
Já no caso do vôo TAM - JJ-3054, como terá sido o comportamento ds profissionais da torre de controle, da tripulação na aeronave, dos diretores da empresa e, até mesmo, dos técnicos responsáveis pela manutenção da pista de pouso?

Postar aqui qualquer coisa, nestes dias, está difícil de ser feito sem tocar neste assunto. Muitas histórias foram desligadas do mundo, desafiando o poder de alcance dos olhos de muita gente grande no Brasil. Uma afirmação triste que vou fazer, mas que é necessária, é que este "acidente" é açúcar no sangue de um problema administrativo já desinibido de acontecer no país. Neste instante, todos os indicadores estão apontando para lados muito diversos. Mas, agora é preciso REFORMAR [nãos as pistas] as prioridades federais, rever decisões primárias e, acima de tudo, AGIR com precisão, respeito e... autonomia.

Lançamos o foguete no espaço, com os cálculos e as ciências de dentro do território brasileiro. Mas, também, lançamos 200 vidas para outra dimensão, com as pressas, os consumos e a apatia próprias de uma inteligência [prontamente] nacional.

Peço desculpas aos nossos visitantes, pelo prato repetido e pelo sabor amargo da bebida. Mas, nosso restaurante é essencialmente brasileiro.

terça-feira, 17 de julho de 2007

Uma Gororoba


Hoje, terça-feira, é meu dia de Yoga. Prática e teoria se conjugam para uma performance ideal dos exercícios, auxiliando no nosso tão-quase inalcansável equilíbrio interior. E o exterior, como fica?!
Bom, esse aí que é a mais utópica das metas humanas, se é que todo ser humano busca hamornizar seu ser com o ambiente que nos cerca.
Deixando um pouco o misticismo de lado, voltemos à realidade! Enquanto mentalizava minha respiração no final da aula - espera, continuo na realidade(!) - tentava abstrair tudo ao meu redor, até mesmo as contrações da fome que sentia, mas, como iniciante, uma coisa abstrata insistia em entrar na minha cabeça, a conversa da aula teórica. Toda terça lemos um texto e batemos um papo, mas hoje rolou polêmica. Durante a leitura sobre um exercício de respiração que auxilia em diversos sistemas do corpo, nossa professora indiana, fez uma oservação que até ela mesma se surpreende, que boa parcela de indianos estão com diabetes e problemas de pressão alta. O próprio berço de uma das mais belas e sábias artes físicas do ser humano ganhou o mundo e se perdeu na Índia, e o mundo, ganhou a Índia e esta se perdeu.
Um dos colegas da Yoga ressaltou que não viu nenhum indiano fazendo algum tipo de movimento firme e equilibrado em sua viagem ao país, mas sim um amontoado de estressados na louca aglomeração de pessoas nas ruas. A própria Ved - a professora iogue - disse que duns tempos para cá, a nova geração de lá, bruscamente fragmentada pelo capitalismo, ignora e descarta as tradições para viver ao modo ocidental - the american way of life & cia! Globalização ! ?
Transpondo essa interrogação para qualquer canto do mundo, constatamos que não é só na Índia que há contradições e brigas entre a cultura raiz e a cultura industrial(izada). Naquele país não se pratica mais Yoga, mas atualmente ela está em qualquer academia dos buracos do mundo. Ao menos é algo bom aos beneficiados da prática, mas e os fast-foods, a cultura pop(bre) e a apologia ao consumo exportada do mundo globalizado à tecnologia de ponta adaptada de lá?! É o estrago total, até doenças são clandestinamente comercializadas!
Bom, daqui eu nem falo porque estamos cansados e revoltados de vivenciar os efeitos dos enlatados globais. Mas ainda bem que no desequilíbrio do corpo terrestre, alguns de nós pencamos para o lado de nossas raízes.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

PratodoDia: Frutos do Mar (dica nada saborosa)





































Caros clientes famintos,

Como PratodoDia venho oferecer uma refeição que considero muito pouco saborosa.

A base dela são os frutos do mar refogado com o descaso humano.

As fotos nos mostra uma das praias mais freqüentada do litoral cearease, a Praia do Icaraí (Caucaia - CE, 25Km da capital), que há alguns anos era símbolo de beleza, e hoje, de decadência.

Lixo e entulho se acumulam na pequena faixa litorânea que separa, em poucos metros, o mar dos condomínios residenciais.

Várias barracas já foram destruídas, e o que sobra serve de proteção para o que ainda resiste às ondas.

Apesar do apelo de alguns comerciantes utilizando faixas, a falta de respeito dos freqüentadores para com a natureza se traduz em embalagens de xampus, bronzeadores, água oxigenada, latinhas de refrigerante e côcos jogados na areia.
Bom apetite!

quinta-feira, 12 de julho de 2007

I Reunião PratodoDia


by: Richell Martins, Cheff